sábado, 16 de outubro de 2010

A AÇÃO SAGRADA (MISSA) - PARTE 1

I. A AÇÃO SAGRADA

O Santo Sacrifício da Missa, em sua essência e em sua manifestação exterior, não é uma Doutrina, nem é apenas uma Oração. É, sim, uma verdadeira Ação. "Fazei isto em memória de mim." Com esta recomendação, confiou o Senhor a seus Apóstolos a realização da ação que Êle mesmo havia feito na última Ceia. E a santa Igreja, herdeira legítima do testamento do Senhor, continua a agir do mesmo modo através dos séculos, realizando-se assim a ação por excelência da humanidade: a Ação Sagrada.

1. Figuras e profecias

Render culto a Deus é obrigação de tôdoa criatura racional. No estado de inocência em que foi criado, o homem cumpriu êste dever, porque fazia parte de sua felicidade. A vida era um continuado serviço de Deus.
A vontade do homem não conhecia outro lema, senão êste: "Faça-se a vossa vontade."

A graça santificante uniu o homem a Deus em uma santa aliança de amor. Paz e prosperidade eram os frutos dessa união que seria apenas o comêço de uma união definitiva na eternidade.

O primeiro pecado destruiu aquela feliz e harmoniosa união e o homem aprendeu a conhecer o bem e o mal.
Perdida a graça santificante, partiu-se o laço de amor; a morte e o sofrimento entraram na vida do homem.
Cerraram-se para êle as portas do céu. Permaneceu, no entanto, a consciência de um dever: o de render culto ao Senhor. A mesma voz interior ainda lhe falava da obrigação de satisfazer pela culpa cometida. Tão universal era essa voz, que não houve tempo, remoto que fôsse, ou região por demais longínqua, em que se não prestasse um culto e não se oferecesse um sacrifício a Deus.

Um povo, o escolhido do Senhor, em meio de trovões e relâmpagos, no monte Sinai, ouviu da bôca do Deus três vezes Santo: "Eu sou o Senhor, teu Deus." Eram estas palavras a base da Aliança de Deus com o seu povo. Delas se originaram os 10 mandamentos da Lei, como também tôdas as prescrições que regulavam o culto público a ser prestado ao Sumo Senhor, pela criatura dotada de inteligência.

Minuciosas eram as prescrições e numerosas. Cioso de sua honra, Deus exigiu zêlo e atenção daqueles que deviam, prestrando culto, proclamar a glória do Altíssimo e testemunhar a sua própria submissão.

Consistia êsse culto em cânticos e hinos, como na oblação dos frutos da terra e no sacrifício de animais puros. Representaram êles o homem com tôdas as suas intenções. Teriam, porém, conseguido o seu fim, que era: honrar dignamente a Deus, satisfazer pela culpa e levar o homem à sua última perfeição?

O Concílio de Trento responde:
"Na antiga aliança, devido à insuficiência do sacerdócio levítico, não se chegou à perfeição. Era preciso segundo a determinação de Deus, Pai de misericórida, que surgisse, conforme o rito de Melquisedeque, outro Sacerdote, Nosso Senhor Jesus Cristo, que fôsse capaz de consumar, isto é, de conduzir à perfeição tôdos aquêles que deviam ser santificados.

Uma vez sòmente, o filho de Deus oferecer-se-ia , Êle prório, a Deus, seu Pai, sôbre o altar da Cruz, numa oblação em que a morte haveria de intervir a fim de operar a nossa redenção."

Mais uma vez ressoou a voz do Altíssimo. Dessa vez fala pela voz do profeta Malaquias: "Meu afeto não está em vós; nem continuarei a aceitar oferenda alguma de vossa mão. Porque desde o oriente até o poente o meu Nome é grande entre as nações e em todo lugar se sacrifica e se oferece uma oblação pura ao meu Nome; porque o meu Nome é grande entre as nações, assim diz o Senhor dos exércitos". Solenemente estava anunciado um novo Sacrifício, uma nova Ação Sagrada.

FONTE:
  • Keckeisen, D. Beda.Missal Dominical.5a Edição.Bahia:Oficina Tipográfica do Mosteiro de São Bento,1949.360 páginas

segunda-feira, 4 de outubro de 2010