domingo, 12 de agosto de 2018

15 MINUTOS EM COMPANHIA DE JESUS SACRAMENTADO

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PRÓ-VIDA

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ANNO ECCLESIASTICO

 imagem do apostolado forma extradordinaria do rito romano




O anno civil não é outra cousa senão a divisão de 365 dias em 12 partes, sem significação (interna) alguma. O anno ecclesiastico, porém, é a representação da vida de Nosso Senhor Jesus Christo.

A vida de Jesus Christo é representada aos fieis em tres modos:
  • a vida histórica, pelos santos evangelhos;
  • a vida sacramental e actual, na santa missa;
  • a vida mystica, pelo anno ecclesiastico. 


Tres são os momentos principaes na vida de Nosso misericordioso Salvador: a vinda da salvação, pelo nascimento; a realisação  da salvação, pela morte e ressurreição; a consummação da salvação, pela vinda do Espirito Santo e a fundação da Igreja. Tres são, portanto, as festas, que dão a orientação do anno ecclesiastico: Natal, Paschoa, Pentecostes, enchendo com a sua epocha de prepraração e perpetuação o espaço de um anno civil.

Tres são, portanto, as epocas de preparação: o advento para o Natal, a quaresma para a Paschoa, a novena do Espírito Santo para o Pentecostes. Tres são as epochas de perpetuação das graças proprias de cada uma das tres festas principais: os 6 domingos depois de Epiphania, os 6 domingos depois da Paschoa, e os (ordinariamente) 24 domingos depois de Pentecostes, de sorte que ha tres periodos ou cyclos festivos:

1. o cyclo natalicio: Advento, Natal e domingos depois de Epiphania;
2. o cyclo paschal: quaresma, Paschoa, e domingos depois da Paschoa; 
3. o cyclo pentecostal: novena do Espírito Santo, Pentecostes, e domingos depois de Pentecostes.

1. Cyclo natalicio. O centro do primeiro periodo é a festa do Natal. O Advento, com as suas quatro semanas, lembra os quatro mil annos antes do nascimento temporal de Jesus Christo e os estragos então causados pelo peccado. O christão, reconhecendo tambem na sua alma o peccado, deseja por sua vez ser livre delle pela vinda do Senhor, e prepara-se pela penitenciaa recebel-o dignamente. Este espirito de penitencia é indiaco pela côr roxa de casula na missa dos domingos. No dia de Natal apparece o Salvador, e em redor delle os santos, cujas festas se celebram durante a oitava de Natal. Pela côr branca, a Igreja manifesta a sua alegria; a côr encarnada nos dias dos martyres indica o seu ardente amor a Deus.

No dia de Reis o Salvador se revela ao mundo, e continua a ser a vida do mundo. Pelo que, nos domingos depois de Epiphanianosso divino , a casula é verde, côr esta que, lembrando a vida da planta, symbolisa Jesus Christo, que se chama a vida, e Ss. Trindade, que é a vida em sua perfeição.

2. Cyclo Paschal. O centro deste segundo periodo é a festa da Paschoa da Ressureição. A preparação principia no domingo de Septuagesima.
Em sina de penitencia pelos peccados e do lucto pela morte de Jesus Christo, não se canta mais a Aleluia, e a côr da casula é roxa na missa do tempo. Os domingos seguintes tem o nome de Sexagesima e Quinquagesima.

Com a quarta-feira de cinzas começa uma penitencia mais seria, conforme a significacao da cinza usada neste dia. A cinza era outrora imposta só áquelles christãos, que por peccados publicos deviam sujeitar-se á penitencia publica, iniciada neste dia solemnemente; hoje, que está abolida a penitencia publica, põe o sacerdote a cinza na cabeça de todos os fieis, em signal da humildade e penitencia voluntaria.

Seguem os quatro domingos da quaresma, o Domingo da Paixão, em que são veladas as imagens dos altares, em signal da dôr sobre a ameça da morte contada no evangelho do dia, e que obrigou o Savador a esconder-se. O Domingo denominado de Ramos, porque Jesus Christo na sua entrada em Jerusalem foi acompanhado do povo munido, em honra delle, de ramos de oliveira e de palmeira, inicia a Semana Santa: dedicada á veneração da morte do nosso divino Redemptor. Na quarta-feira canta-se o officio de trevas, chamado assim porque outrora esta funcção sacra se fazia sem luz.

A Quinta-feira Santa lembra a instituição da santa Eucharistia na ultima ceia de N. Senhor.
Durante a unica missa que se diz, tem começo o silencio dos sinos em signal do lucto rigoroso da Igreja, esposa de Jesus Christo, pela paixão delle, terminando no Sabbado de Alleluia. Num altar conserva-se a santa Eucharistia exposta á adoração publica.

Dão á Quinta-feira Santa o nome de Endoenças, <> na sua agonia e paixão.

Na Sexta-feira da Paixão não ha missa, mas só as tocantes ceremonias da veneração da cruz seguida da communhão do celebrante, que se serve para este fim da santa hostia consagrada no dia anterior e guardada no altar da exposição. No dia do cruente sacrificio no Calvario não se offerece o incruento sacrificio da missa.

O fogo novo, extrahido de uma pedra, e o cirio paschal benzidos no Sabbado Santo lembram a Jesus Christo, resurgindo do sepulcro de pedra para uma nova vida, e illuminando o mundo pela sua santa doutrina. Pela agua baptismal que se benze, Jesus Christo communica a nova vida tambem aos homens no sacramento do baptismo.

Paschoa significa passagem, porque Nosso Senhor passou da morte á vida, e o christão deve passar da sua vida imperfeita para uma vida mais perfeita. A festa da Paschoa é a maior do anno ecclesiastico.

O tempo paschal termina com a festa da Ascensão de Jesus, precedida das Rogações, tres dias consagradas a preces publicas. Os paramentos no tempo da Paschoa são brancos, em signal de alegria.

3. Cyclo pentecostal. O centro do terceiro periodo do anno ecclesiastico é a festa do Espirito Santo, preparada pela novena em sua honra, e celebrada em commemoração da sua vinda gloriosa para consummar a gloria de Jesus Christo, estabelecendo e santificando a Igreja, que é  o reino e o corpo mystico de Jesus Christo. Seguem as festas da Ss. Trindade, Corpo de Deus, e do Sagrado Coração de Jesus. As festas de Nossa Senhora e dos santos embellezam, como outras tantas estrellas em redor do sol, o anno ecclesiastico. A santa missa, nos domingos, se diz com paramentos verdes, côr que significa, que a Ss. Trindade e o Homen-Deus, Jesus Christo, são a vida eterna.

Pelo fim do anno (em Outubro), a Igreja lembra mais uma vez os mysterios de nosso Senhor pelo rosario, e mormente a sua realeza na festa de Christo Rei, aviva a esperança, mostrando-nos a gloria do ceo na festa de Todos os Santos e nos impelle poderosamente a evitar o peccado, abrindo-nos no Dia de Finados o logar dos tormentos: o purgatorio, onde os nossos irmão padecentes pedem e recebem o nosso socorro, como membros do mesmo corpo mystico, de Jesus Christo.

Assim o anno ecclesiastico é uma obra da sabedoria divina, mostrando-nos a vida do divino Salvador nos seus factos principaes, e transformando-nos em Jesus Christo pelo espirito que, pela variedade das festas acompanhada da graça divina, excita e sustenta nos corações.

FONTES:
1. Apostolado FERR
2. ORAE. Manual completo de orações e intrucções religiosas. Casa Editora Catholica J. STEINBRENER. 1936. pg. 266-270.