terça-feira, 6 de abril de 2010

O TEMPO PASCAL



Jesus Cristo, vencendo a morte, nos comunica a Vida nova.

1.Significação dêste Tempo. É o período que vai do Domingo de Páscoa até o sábado depois de Pentecostes. Três grandes festas se celebram neste espaço de tempo: a Páscoa ou Ressurreição, a Ascensão e a descida do Divino Espírito Santo (Pentecostes).

Tão antiga como a Igreja, a festa da Páscoa regulou a distribuição do Ano eclesiástico. O Mistério pascal preparado pela Quaresma e prolongado até Pentecostes, irradia sôbre quatro meses do ano cristão: e todo o resto do ano é apenas uma preparação ou uma expressão desta solenidade.

Jesus Cristo, o Sol da Justiça, brilha hoje em tôda a sua plenitude. Sua Ressurreição é a prova mais brilhante e incontestável de sua divindade. É pois, com razão, que a santa Igreja, em transportes de alegria, celebra o triunfo definitivo de Nosso Senhor e associa todos os seus filhos à sua gloriosa Ressurreição, fazendo-os renascer para uma vida nova. Esta vida nova tem a sua origem no Batismo. Por êste motivo êste sacramento ocupa um lugar de relêvo na liturgia pascal.
Administravam-no solenemente na noite do Sábado Santo; e durante tôda a oitava, os novos batizados, como filhos recém-nascidos, absorviam todos os cuidados da santa Madre Igreja. Entretanto esta Mãe pensa também em nós durante êste Tempo. Jesus Cristo combateu também por nossas almas. Sôbre as ruínas do "velho homem", Êle quer fundar o seu Reino de graça. Cumpre, pois exterminar de nós o pecado, único obstáculo à nossa ressurreição. Eis porque a Igreja nos convida com tanta insistência para o Sacramento da penitência!

2. Nossos sentimentos neste Tempo. O cristão que alcançou uma perfeita inteligência do que significa o Tempo pascal, e vive e sente com a santa Igreja, compreendeu a vida sobrenatural em tôda a sua extensão. Sim, para nós, a Páscoa não é sòmente a comemoração da Ressureição de Jesus Cristo; é o início, é o penhor e a garantia da nossa própria. O Batismo nos fêz menbros de Jesus Cristo. O Espírito Santo, que habita e vive n'Êle, habita e vive também em nós. Nossos corpos são seus templos. Daí resulta que êste Espírito, que ressuscitou a Jesus Cristo, exercerá em todos os membros de seus Corpo místico, as mesmas transformações. Ressuscitaremos e triunfaremos com Êle. Nossa alma, nosso corpo, tôda a nossa personalidade, todo êste nosso eu, que nos é tão caro, a quem a destruição e o nada horrorizam, conhecerá também êste dia vitorioso em que, vencida a morte, se tornará semelhante à humanidade gloriosa do Salvador. E como as festas pascais nos fornecem o penhor infalível desta Ressurreição,, tornam-se para nós um céu antecipado. A alma cristã, desde já, vive com Jesus Cristo ressuscitado; e tôda a liturgia, como os seus aleluias sem fim, dá-lhe um antegôzo da eternidade.

3. Particularidades dêste Tempo. Durante êste período parece que a santa Igreja olvida por algum tempo a sua condição de militante, a fim de tomar parte nas alegrias da Igreja triunfante. Mais que em qualquer outro tempo, o culto se reveste de um aspecto solene e jubiloso, que contrasta com a tristeza da Semana Santa.

Cântico do céu, o aleluia, banido dois meses dos nossos lábios ressoa enfim. Dir-se-ia não ter a Igreja outra palavra para experimentar a sua alegria. O Círio pascal, símbolo do Cristo ressuscitado, lá está aceso, atestando até o dia da Ascensão, seu Ressurgimento.

Um reflorescer de vida sobrenatural se opera na Igreja, como se das festas pascais brotasse uma seiva nova. Águas batismais. Santos óleos. Pão eucarístico. Luz. Fogo. Incenso. Tôdas estas energias foram renovadas. Suspensos os seus ritos de penitência. Os ornamentos são brancos. O Asperges que purifica é substituído por um hino às águas vivificadoras que acabam de brotar. Fica interrompida a lei do jejum, mesmo nas ordens religiosas mais severas. As Orações se fazem de pé, pois outra atitude conviria menos a triunfadores. Como todos os domingos do ano comemoram a Ressurreição, a Igreja observa igualmente as duas últimas prescrições.

Ex Ipsis Verbis
Fonte:
  • Keckeisen, D. Beda.Missal Dominical.5a Edição.Bahia:Oficina Tipográfica do Mosteiro de São Bento,1949.360 páginas.
  • figura retirada de http://reporterdecristo.com/

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