quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

CRISTUS NATUS EST - NOBIS venite adoremus

 
II. O TEMPO DO NATAL
Deus se dá a nós por Jesus Cristo
 
1. Significação dêste tempo. O Tempo do Natal é o intervalo de quarenta dias, entre 25 de dezembro e 2 de fevereiro. Comparando o Advento à subida de uma montanha, chegamos agora a seu cume - Natal - o ponto mais elevado da primeira parte do Ano eclesiástico.
 
Durante doze dias permacenemos nesta altura, com a celebração das duas fetas principais dêste tempo: Natal e Epifania ou festa dos Reis.
A oitava desta última solenidade é seguida de 6 domingos, número êste por vêzes diminuído pelo tempo da Setuagèsima, que varia conforme a celebração da Páscoa, mais cedo ou mais tarde. Termina o tempo de Natal com a festa da Purificação de Nossa Senhora, que é o oferecimento de Jesus, no templo, pelos pecados do mundo, e assim esta festa já prepara o Mistério da Redenção, que é o assunto do ciclo pascal.
 
Voltemos à festa de Natal. Seu fim é lembrar-nos o nascimento do Salvador e comunicar-nos as graças particulares dêste Mistério.
 
"Propter nos hómines, et propter nostram salútem descéndit de caelis". Por nossa causa e por nossa salvação desceu do céu (Credo).
Sendo e permanecendo verdadeiro Deus, tornou-se verdadeiro homem. Não hesitou em se revestir da forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens e sendo reconhecido pelo exterior como homem.
E sendo homem, atrai todo o gênero humano a Si e o faz seu Corpo místico e sua propriedade. Comunica-lhe a filiação de Deus, tornando-se Irmão de todos e dando aos homens a sua vida, que é a graça santificante.
 
"Deus factus est homo ut homo fíeret Deus". Deus se fêz homem para que o homem se tornasse Deus, diz admiràvelmente Santo Agostinho.
 
Enquanto a festa de Natal se ocupa muito mais com o Menino Deus, no berço, a segunda grande solenidade dêste Tempo, a Epifania, descortina novos horizontes. Êste Menino é o grande Rei, o Soberano que vem à terra fundar o seu reino na humanidade, na Igreja, na alma humana. Reis desta terra vêm adorar a Criancinha em seu presepe e, neste fato, a humanidade Lhe reconhece a Realeza suprema.
Êste menino dominará as nações, pois no fim dos tempos reunirá os seu fiéis num reino celestial, reino de Deus, reino de eterna bem-aventurança. A Igreja procura itensificar êstes mesmos sentimentos ainda depois da festa, nos domingos seguintes. Adoramos nos Intróitos o poder de Cristo-Rei sôbre as criaturas animadas e inanimadas.
 
2. Quais devem ser nossas diposições neste Tempo. Para as almas que se unem à vida da Igreja, que jubilosa quarantena! Isaías, que, durante todo o dempo do Avento, foi o nosso guia, entoa êste cântico de alegria nas suaves matinas de Natal: "Levanta-te, ó Sião, reveste-te de tua fôrça; compõe-te com os vestidos de tua glória, Jerusalém, cidade do Santo; sacode-te  do pó, levante-te, desata a cadeia do teu pescoço, cativa filha de Sião" (Isaías, LII). E S. Leão, explicando êstes brados do profeta, exclama: "Meus caríssimos filhos, nasceu-nos hoje o Salvador: rejubilemo-nos. Para longe todo sentimento de tristeza: eis a aurora da vida. Exulte o Justo, porque a recompensa está perto; o pecador se alegre, eis o perdão; o pagão espere, eis a vida."
 
Esta alegria fará nascer em nossos coraçãos profundos sentimentos de gratidão para com Deus pela Encarnação de seu Filho Unigênito, gratidão que se manifestará pelo sincero desejo de desenvolver em nós, pela prática das boas obras, a vida nova que Jesus trouxe ao mundo. Esperemos que ela sempre cresça e também cresça o Cristo em nós. Eis a obra do Santo Sacrifício da Missa, pois, o que aconteceu há quase dois mil anos, repete-se ainda hoje: a Encarnação do Verbo divino, seu nascimento no presepe de Belém. Na santa Missa, na santa Comunhão, une-se Jesus às nossas almas, escondido sob os véus das espécies eucarísticas, como outrora ocultou o esplendor de sua Divindade sob o humilde manto de sua humanidade. Nossa Belém é o altar!
Nossa gruta é o tabernáculo! Nosso presepe é a nossa alma! Nela, bem longe do tumulto do mundo, Êle quer, no silêncio e na solidão, "tomar nova forma"; quer ocupá-la, imprimir-lhe o sêlo de filha de Deus, transformá-la em Si próprio. A esta alma Deus predestinou "conformar-se com a imagem do filho de Deus". E se somos filhos de Deus, também seremos seus herdeiros e co-herdeiros de Jesus Cristo.
É assim que não sòmente comemoramos e celebramos o Natal, como participamos do Nascimento de Jesus Cristo e dos frutos da Redenção da santa Missa, ao pé da Cruz.
 
3. Particularidades dêste Tempo. A alegria dêste tempo manifesta-se por vários modos: a côr violácea dos tempos de penitência é substituída pelos ornamentos brancos, bordados a ouro ou completamente dourados; os orgãos, mudos no Advento, executam as suas mais jubilosas modulações e o Glória in excélsis Deo ressoa de novo, trazendo-nos ecos pacíficos do presepe. As melodias estão impregnadas de uma doce comunicativa alegria, que se prolonga em tôda a liturgia dêste tempo. As multidões, numa satisfação expansiva, reunem-se nos templos, recordando, por sua assistência às Matinas de Natal, a sincera piedade de antanho.
 
O Sacerdote celebra três Missas, em memória da tríplice geração do Verbo, que Santo Tomaz assim explica: eterna no seio do pai, temporal no da virgem Santíssima e espiritual em cada um de nós. 
 
Fonte:
  • Keckeisen, D. Beda.Missal Dominical.5a Edição.Bahia:Oficina Tipográfica do Mosteiro de São Bento,1949.360 páginas.
 

sábado, 18 de dezembro de 2010

BASÍLICA DO SENHOR BOM JESUS (TREMEMBÉ-SP)


















Esta basílica é uma verdadeira obra de arte, possui um altar gigantesco e muitas pinturas no teto e parede.
Infelizmente ela está fechada ao público devido ao risco de desabamento do teto.







PRESÉPIO NA CIDADE DE TREMEMBÉ -SP












terça-feira, 7 de dezembro de 2010

período sem fotos

Caros leitores,

Em virtude da preparação do meu casamento, passei um período sem tirar fotos de igrejas antigas, que é a proposta deste blog.

Em breve publicarei novas fotos de igrejas.

Obrigado.

IMACULADA CONCEIÇÃO DA B. V. MARIA

8 de dez. Imaculada Conceicão da B. V. Maria
Dpl. I. cl. com oitava comum - A
(Festa de preceito)

A santa Missa de hoje, em tôdas as suas partes, anuncia jubilosamente o grande privilégio da Imaculada. Maria Santíssima nunca teve pecado original, nem mesmo no primeiro instante de sua existência; é isto uma verdade divinamente revelada, acreditada pela Igreja desde os princípios do Cristianismo, e, em 1854, solenemente definida como dogma.
Cheia de Júbilo, entoa Maria, no Intróito, um hino em ação de graças diante do trono de Deus. Seu privilégio singular, fruto antecipado da Redenção, é decretado pela mesma Sabedoria divina que determinou a Encarnação do Verbo divino (Epístola). No Evangelho e no Ofertório alegramo-nos ao ouvir a saudação do Anjo: Cheia de graça. É o resumo da festa de hoje. No Gradual dirigimos a Maria, e com razão, as palavras com que outrora celebrou o povo de Israel a sua libertadora, a corajosa Judite.
Pedimos neste dia a Deus que, assim como a graça preservou a santa Mãe do Salvador ao ponto de por sua  Conceição Imaculada ficar imune do contágio do pecado, também nós sejamos curados e livres de nossas faltas.

Fonte:
  • Keckeisen, D. Beda.Missal Dominical.5a Edição.Bahia:Oficina Tipográfica do Mosteiro de São Bento,1949.360 páginas

PROPRIUM SANCTORUM

AS FESTAS DE NOSSO SENHOR E DOS SANTOS SEGUNDO O CALENDÁRIO

Ao lado das festas do Ciclo temporal, celebram-se outras festas de Nosso Senhor e de seus Eleitos. Nestas Solenidades a santa Igreja honra os seus Santos e algum Mistério particular ou agradece a Deus algum acontecimento notável, na vida da Igreja.

Chamamos "natalícia", dia de natal, às festas dos Santos. Não porque a Igreja celebre o aniversário natalício dos Santos, neste mundo, mas sim a sua entrada triunfal no céu, dia em que nasceram para uma vida melhor. "Preciosa é a morte dos Santos, na presença do Senhor" diz o Salmista. Eis porque também a santa Igreja se regozija e celebra o dia de sua morte como um dia de alegria. O centro da solenidade, como nas festas do Ciclo temporal, é a celebração do santo Sacrifício da Missa. Pela morte de Jesus-Cristo receberam a vida e a morte de seus Santos todo o seu valor. E não sòmente a morte de Nosso Senhor: tôda a sua vida, suas lutas, seus sofrimentos, como a sua vitória final repetidos pelo Mistério do Cristo na Eucaristia, foram a causa da vida e da morte gloriosa de seus Santos.

Para os fiéis, a santa Missa celebrada em honra de SSma. Trindade por ocasião das festas dos Santos é o melhor modo de agradecerem a Deus a sua infinita misericórida para com as criaturas. E é, ao mesmo tempo, um meio poderoso para nos alcançar pela intercessão dêsses nossos gloriosos Irmãos as graças de que necessitamos para militar neste mundo e seguir-lhe os passos.

Unindo-nos nestas Solenidades à Vítima divina, no Sacrifício do altar, nêle procuramos a fôrça para igualmente testemunharmos a nossa fé, pela santidade de nossa vida. E finalmente na santa Comunhão prelibamos já agora um pouco da recompensa que nos é reservada na gloriosa fileira dos Santos.
Fonte:
  • Keckeisen, D. Beda.Missal Dominical.5a Edição.Bahia:Oficina Tipográfica do Mosteiro de São Bento,1949.360 páginas.