domingo, 3 de março de 2013


O TEMPO DA QUARESMA


SIGNIFICAÇÃO DÊSTE TEMPO


PARÓQUIA SÃO JOSÉ DOS ANGICOS

Durante estes quarenta dias os Cristãos se unem intimamente aos sofrimentos e à morte do Divino Salvador a fim de ressuscitarem com Êle para uma vida nova, nas grandes solenidades pascais.
Nos primeiros tempos do Cristianismo esta idéia fundamental achava sua aplicação no Batismo dos catecúmenos e na reconciliação dos penitentes. Por tôda a liturgia da Quaresma, a Igreja instruía os pagãos que se preparavam para o Batismo. No Sábado Santo mergulhava-os nas fontes batismais, de onde saíam para uma vida nova, como o Cristo, do túmulo. Por sua vez os fiéis, gravemente culpados, deviam fazer penitência pública e cobrir-se de cinzas. (Quarta-feira de cinzas), para acharem uma vida nova em Jesus Cristo. Convém reparar nestes dois elementos, para compreender a liturgia da Quaresma e a escolha de muitos textos sagrados.


Nossa participação neste Tempo.
No ofício das Matinas do I. domingo, lemos o sermão que o Papa S. Leão Magno, no século V. dirigiu ao povo, explicando a liturgia da Quaresma: “Sem dúvida, diz êle, os Cristãos nunca deveriam perder de vista estes grandes Mistérios... porém esta virtude é de poucos. É preciso contudo que os Cristãos sacudam a poeira do mundo. A sabedoria divina estabeleceu este tempo propício de quarenta dias, a fim de que as nossas almas se pudessem purificar, e por meio das boas obras e jejuns, expiassem as faltas de outros tempos. Inúteis seriam, porém, os nossos jejuns, se neste tempo os nossos corações se não desapegassem do pecado”.
Lendo estas palavras, parece-nos assistir à abertura de um retiro. Com efeito, a Quaresma é o grande retiro anual de toda a família cristã, sob a direção maternal e segundo o método da Santa Igreja. 
Este retiro terminará pela confissão e comunhão geral de todos os seus filhos, associados assim, realmente, à Ressureição do Divino Mestre, e ressurgindo por sua vez a uma vida nova.

As práticas exteriores que devem desenvolver em nós o espírito do Cristo e unir-nos a seus sofrimentos, são o jejum, a oração e a esmola.

O jejum é imposto pela santa Igreja a todos os fiéis, depois de 21 anos completos até atingirem os 60 anos. Seria um engano pernicioso não reconhecer a utilidade desta mortificação corporal. Seria menosprezar o exemplo do  próprio  Cristo e pecar gravemente contra a autoridade de sua Igreja. O prefácio da Quaresma nos descreve os efeitos salutares do jejum, e aqueles que por motivos justos são dele dispensados não o estarão do jejum espiritual, isto é, de se privarem de festas, teatros, leituras puramente recreativas, etc.

A oração. Assim como a palavra jejum abrange todas as mortificações corporais, da mesma maneira compreende  a palavra oração todos os exercícios de piedade feitos neste tempo, com um recolhimento particular, como sejam: a assistência à santa Missa, a Comunhão frequente, a leitura de bons livros, a meditação especialmente da Paixão de Jesus Cristo, a Via Sacra e a assistência às pregações quaresmais.

A esmola compreende as obras de misericórdia para com o próximo. Já no Antigo Testamento está dito: “Mais vale a oração acompanhada do jejum e da esmola do que amontoar tesouros” (Tob. 12, 8).

Praticando essas obras, preparavam-se antigamente os catecúmenos para o Batismo que iam receber no Sábado de Aleluia, enquanto os penitentes públicos se submeteram a elas com espírito de dor e arrependimento de coração.

Saibamos também nós que aquêle que não faz penitência perecerá por toda a eternidade (Luc. 13, 3).

Renovemos em nós a graça do Batismo e façamos dignos frutos de penitência. Os textos das Missas, a cada passo nos exortam a isto.

Convém entretanto evitar que a nossa piedade seja excitada por compaixão sentimental ou tristeza exagerada. Sim, é um combate, uma morte terrível que vamos contemplar, mas é também, e sobretudo, uma vitória, um triunfo. Em verdade assistiremos a uma luta gigantesca do homem novo; ouviremos os seus gemidos, seguiremos os seus passos sangrentos, contaremos todos os seus ossos; mas isto é apenas um episódio de sua vida; o desenlace é um grito de vitória, um canto de triunfo.

Particularidades deste tempo.  A côr dos paramentos é a violácea.

Omite-se completamente   o Aleluia e o Glória só se canta nas festas dos Santos. Os altares são despojados dos seus enfeites e o órgão se cala, menos no IV. Domingo. No fim das Missas do Tempo, o Sacerdote diz: Benedicamus Domino, em vez de Ite, Missa est, para exortar os fiéis a perseverarem na oração.

Cada dia deste tempo tem a sua ”estação”, com indulgências especiais e   uma liturgia própria, cujos   Cânticos e Leituras nos incitam à penitência e à conversão, enquanto as orações imploram para nós o perdão e a graça.


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